Entre janeiro e setembro de 2025, Maringá registrou 271 mil multas de trânsito, conforme dados do Portal da Transparência do município, obtidos pelo Portal GMC Online. O número representa um aumento de 13% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram registradas 240 mil infrações.
Na prática, a cidade tem uma média de 30,1 mil autuações por mês, o que equivale a cerca de mil multas aplicadas por dia. Agosto foi o mês com o maior volume de infrações, somando 35 mil registros, todos provenientes de radares fixos instalados nas vias urbanas.
Excesso de velocidade domina o ranking
O excesso de velocidade segue como o principal motivo das autuações em Maringá.
Entre as 271 mil multas aplicadas neste ano:
237 mil ocorreram quando a velocidade ultrapassou em até 20% o limite permitido — uma infração média;
29 mil foram por velocidade entre 20% e 50% acima do limite — infração grave;
e 3,5 mil casos aconteceram quando o motorista excedeu em mais de 50% a velocidade máxima — infração gravíssima, com multa triplicada, suspensão imediata da CNH e apreensão do documento de habilitação.
Além disso, os sistemas de fiscalização semafórica eletrônica registraram 54 mil autuações entre janeiro e setembro. Destas, 53 mil foram por avançar o sinal vermelho ou desrespeitar a parada obrigatória, enquanto 712 multas foram aplicadas a motoristas que pararam sobre a faixa de pedestres durante a mudança de sinal.
Em entrevista ao Portal GMC Online, o secretário de Mobilidade Urbana, Luciano Brito, explicou que o aumento nas infrações acompanha o crescimento da frota de veículos na cidade.
“O número de veículos cadastrados junto ao Detran tem crescido de forma constante. Quando assumimos a secretaria, havia uma média de 8,2 veículos a cada 10 habitantes em Maringá. Hoje, são 8,4 veículos para cada 10 habitantes. Isso representa cerca de 360 mil veículos circulando”, disse Brito.
O secretário comparou a realidade local com a de cidades referência em mobilidade urbana. “Em Copenhague, na Dinamarca, que tem excelente mobilidade, há apenas 2 veículos a cada 10 habitantes. Além disso, eles contam com uma rede de modais alternativos muito desenvolvida. Aqui, quase 80% dos deslocamentos são feitos em um raio de até 5 quilômetros, o que mostra que poderíamos usar mais a bicicleta ou até caminhar.”
Rotatividade de radares e foco educativo
Brito também esclareceu que os radares de Maringá passam por rodízio periódico, conforme a redução nos índices de infrações e acidentes. “Temos cerca de 90 radares na cidade. Eles são laudados e instalados de acordo com as normas do Código de Trânsito Brasileiro. A cada 60 a 90 dias, avaliamos o desempenho e quando as infrações diminuem em determinado ponto, migramos o equipamento para outro local com maior índice de desrespeito às regras”, explicou.
Celular ao volante e avanço de sinal também preocupam
O secretário ainda destacou que o uso do celular enquanto dirige é uma das infrações que mais crescem, muitas vezes flagrada junto ao avanço de semáforo.
“A câmera registra o momento em que o condutor avança o sinal e, muitas vezes, é possível constatar também o uso do celular. Em um minuto de distração, a 60 km/h, o veículo percorre 36 metros sem controle. Temos motociclistas que infelizmente perderam a vida por isso”, alertou.
Conscientização é o desafio
Com o aumento das multas e da frota de veículos, a Secretaria de Mobilidade Urbana reforça a necessidade de mudança de hábitos no trânsito. “Precisamos refletir se realmente é necessário usar o carro para todos os deslocamentos. Nossas vias já estão saturadas. Adotar outros modais, como bicicleta ou caminhada, é uma forma de aliviar o trânsito e tornar a cidade mais segura para todos”, concluiu Brito. GMConline
