“Tirava fotos íntimas pelo monitor”, diz polícia sobre abusador


Além de abusar sexualmente dos pacientes, a Polícia Civil descobriu que o técnico de enfermagem Wesley da Silva Ferreira tirava fotos das genitálias das pessoas hospitalizadas por meio do monitor de segurança. O homem foi preso na terça-feira (28) após o companheiro encontrar vídeos dos abusos em um aparelho celular. Para a polícia, o técnico de enfermagem, de 25 anos, disse que registrava os crimes para assistir depois. 


 A delegada Aline Manzatto do Decrisa (Delegacia de repressão aos crimes contra a saúde) explica que a nova descoberta configura mais um crime (216-B do Código Penal) contra o profissional, que trata do registro não autorizado da intimidade sexual. A polícia já entrou em contato com os quatro hospitais, além da UPA da CIC, em que Wesley trabalhou na capital paranaense, que passarão informações sobre os dias de plantão do suspeito. 


Em seguida, esses dados serão cruzadas com as imagens dos crimes. Wesley estava cursando enfermagem em uma universidade privada de Curitiba, que deverá informar os locais que o suspeito teria feito estágio. Com as informações, a polícia vai apurar uma possível conduta inadequada. Em relação ao tratamento do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), a delegada aponta contradições no depoimento do técnico de enfermagem e do companheiro. 


 Em depoimento, Wesley disse que abusava dos pacientes há poucos meses, mas a Polícia Civil acredita que, pela tranquilidade demonstrada nos vídeos, o crime acontece há mais de um ano. O profissional de saúde também afirmou que teria estuprado apenas pacientes da sala de estabilização da UPA, mas imagens mostram o contrário. Wesley da Silva Ferreira foi desligado do quadro de funcionários da Prefeitura de Curitiba, onde foi contratado em novembro do ano passado pelo PSS (Processo Seletivo Simplificado), e também do Hospital Pequeno Príncipe. 


 A Prefeitura de Curitiba disse que vai reformular o protocolo assistencial e que vai prestar apoio às vítimas. A secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella Nadas, orienta a população a entrar em contato pelo telefone 156. O prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias. Ou seja, na próxima semana a polícia vai oferecer denúncia ao Ministério Público do Paraná. 


A Polícia Civil não descarta a possibilidade de novas vítimas. Informações sobre o caso podem ser repassadas, anonimamente, pelo telefone 181. Em nota, o Coren (Conselho Regional de Enfermagem do Paraná) repudiou qualquer forma de abuso no exercício da profissão. A entidade classificou os atos como inaceitáveis e disse que contrariam os princípios éticos da enfermagem. O conselho ainda determinou a apuração dos fatos pela Câmara de Ética da entidade. Até quinta-feira, 31, o investigado só tinha advogado constituído para o crime de furto de medicamentos. Band News
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