Um técnico de enfermagem foi preso por abusar sexualmente de, ao menos, quatro pacientes em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Curitiba. O homem, de 25 anos, começou a ser investigado após uma pessoa, com a qual ele mantinha um relacionamento, encontrar vídeos dos crimes em um aparelho celular.
As gravações foram feitas pelo próprio profissional de saúde na UPA da Cidade Industrial de Curitiba, onde foi contratado pelo PSS (Processo Seletivo Simplificado). As vítimas eram todas do sexo masculino e estavam sedadas após surtos. Em depoimento, o investigado disse que começou a praticar os crimes há poucos meses, mas as imagens demonstram que isso ocorre há, pelo menos, um ano. O delegado Tiago Dantas detalha que, tudo indica, que os crimes eram cometidos no plantão noturno.
O técnico de enfermagem é portador do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e disse, para a polícia, que a possibilidade de transmitir a doença não o impediu de abusar sexualmente dos pacientes. Por isso, ele deverá responder também pelo crime de de perigo de contágio de moléstia grave, como explica a delegada Aline Manzatto do DECRISA (Delegacia de repressão aos crimes contra a saúde).
As investigações iniciaram no final da semana passada e ontem (terça-feira, 29) o homem foi preso. Na residência do profissional da saúde, foram apreendidas medicações como fentanil, quetamina e morfina na residência do homem. A polícia acredita que ele teria furtado essas substâncias de unidades de saúde para vender clandestinamente. A Prefeitura informou que desligou o técnico de enfermagem do quadro da Prefeitura. A secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella Nadas, detalha que o protocolo assistencial será reformulado após a denúncia deste caso.
Um celular e dois computadores deverão passar por perícia e irão auxiliar nas investigações. A delegada Aline Manzatto reforça a importância da declaração de testemunhas em casos como estes.
A Prefeitura de Curitiba afirmou que vai prestar apoio às vítimas. Conforme a secretária da Saúde, a população pode entrar em contato pelo telefone 156.
O homem foi encaminhado ao sistema penitenciário. As investigações prosseguem. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de novas vítimas. Informações sobre o caso podem ser repassadas, anonimamente, pelo telefone 181.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná repudiou qualquer forma de abuso no exercício da profissão. A entidade classificou os atos como inaceitáveis e disse que contrariam os princípios éticos da enfermagem. O Conselho ainda determinou a apuração dos fatos pela Câmara de Ética da entidade.
O Pequeno Príncipe disse que o técnico de enfermagem atuava na instituição, um dos maiores hospitais pediátricos do país, há dois anos. Em nota, o hospital afirmou que adota medidas rigorosas de segurança e integridade. O Pequeno Príncipe disse, que desde a contratação, todos os profissionais que mantêm contato direto com pacientes passam por verificação semestral de antecedentes criminais.
O técnico de enfermagem estava com essa documentação em dia. O Pequeno Príncipe afirmou que o homem não tem registro de queixas em relação a conduta dele. O hospital ainda disse que não foi acionado formalmente, mas está levantando todas as informações para colaborar com as investigações e tomar as medidas necessárias. Band News