Com a intensificação da temporada de incêndios na Amazônia e Pantanal, cidades do Paraná e de mais nove estados registraram episódios de fumaça e diminuição na qualidade do ar. Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos registraram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, Bolívia e Paraguai.
Segundo nota divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o fogo na Amazônia estava concentrado principalmente no sul do Amazonas e nos arredores da Rodovia Transamazônica (BR-230). Em entrevista à TV Band, o meteorologista Guilherme Borges explica que existe uma grande circulação de ventos predominando nas áreas de queimadas que ajudam no deslocamento da fumaça tóxica.
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), este ano o fogo consumiu 3,2 milhões de hectares da Amazônia, o que representa quase 1% do bioma. No Pantanal, cerca de 1,9 milhão de hectares foi consumido pelo fogo, atingindo 12,5% do território.
Um alerta de perigo extremo de fogo do Sistema de Alarmes do Lasa-UFRJ foi divulgado com previsões para a Bacia do Paraguai, no Pantanal. Segundo o informativo, até quinta-feira (22), toda a região enfrentará condições climáticas que dificultam o combate a incêndios até por meios aéreos, com alta velocidade de propagação do fogo. As queimadas prejudicam a qualidade do ar e colocam em risco a saúde humana.
O professor de otorrinolaringologia da Escola de Medicina da PUCPR Luiz Carlos Sava orienta que a população deve evitar exposições desnecessárias à fumaça e usar máscaras de proteção.
Quase 1,5 mil brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam no combate aos incêndios florestais na Amazônia.
Desde o dia 24 de julho, 98 incêndios teriam sido extintos, mas 75 persistem ativos e podem reunir até milhares de focos de calor. No Pantanal de Mato Grosso atuam 348 brigadistas do Ibama e ICMBio, além de 454 militares das Forças Armadas, 95 da Força Nacional e mais dez da Polícia Federal. Das 98 áreas de incêndio, 50 teriam sido extintas e 46 permanecem ativas, das quais 27 estão controladas. Band News