Destaque nacional, agro do Paraná enfrenta cenário desafiador em 2024


 Uma das principais potências do agronegócio do país, o Paraná enfrenta um cenário desafiador no setor em 2024. O panorama foi abordado durante um evento promovido pelo LIDE Paraná, grupo que conecta lideranças empresariais com o setor público, nesta semana, em Curitiba.


Diante de fatores como uma safra mais curta, eventos climáticos extremos e a queda nos preços das commodities, aliados à crescente competitividade internacional, o agronegócio paranaense tem buscado soluções eficazes para fortalecer sua posição de destaque no cenário nacional.


“É um setor muito diverso e que pulsa, mas 2024 está sendo um ano difícil por conta de uma combinação perversa de safra mais curta pelo clima hostil e quebra de preço. Tivemos momentos felizes em 2019, 2020 e 2021 com safras grandes e boa remuneração. Essa fase acabou. Nós estamos entrando numa fase de preços mais baixos. 


Como a gente não domina preço, precisamos dominar custo para fechar a conta. Por isso, quanto mais eficiente, assertivo e racional formos nas decisões, teremos mais possibilidades de ter agricultores com caixa para investir”, aponta Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná.


O evento promovido pelo LIDE Paraná também contou com a presença de Francisco Matturro, presidente do LIDE Agronegócios e fundador do Agrishow, e Heloisa Garrett, presidente da entidade paranaense.


Um dos temas abordados no seminário foi a crise do leite no país. O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo. Mesmo assim, nos últimos dois anos a importação do produto e seus derivados aumentou substancialmente.


Segundo levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), só em fevereiro desse ano foram mais 183 milhões de litros foram trazidos do exterior.


“De um ano e meio pra cá fomos surpreendidos com a grande importação de leite, principalmente o em pó, especialmente do Mercusol, muito baratos. Quase de graça. Isso está quebrando nossa cadeia produtiva do leite especialmente formada por pequenos produtores. E a gente vem lutando durante esse período com Brasília para que endureça um pouco com o Mercosul. Temos que proteger nossas produções locais”, avalia Ortigara.


A Assembleia Legislativa do Paraná, a partir da próxima semana, vai deliberar sobre uma lei que retira o leite importado da cesta básica para que o estado tribute 19,6% do leite em pó. Na prática, a medida protege parcialmente a produção leiteira.


O uso cada vez mais frequente e necessário da tecnologia na agricultura, com soluções inovadoras que otimizam recursos e garantem a segurança alimentar, e a união entre os setores público e privado como força motriz essencial para o desenvolvimento do Brasil também foram pautados no encontro.


“Encontros como esse são fundamentais para discutir o Brasil, para propor soluções para o país. Nós temos que sair daqui para praticar. O setor privado é de profunda importância nas discussões dos temas e encaminhamento de propostas”, disse Francisco Matturro. Paraná Portal

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