Julgamento de Sergio Moro no TRE-PR chega na reta final



A fase de depoimentos de testemunhas no processo que pode resultar na cassação do senador Sérgio Moro (União-PR) está programada para ser concluída até amanhã, sexta-feira, 1º de dezembro. O político é alvo de uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) sob a suspeita de abuso de poder econômico durante a campanha de 2022, quando foi eleito com 1,9 milhão de votos.

Ontem, quarta-feira, 29, Anna Gabriela Pereira de Souza, gestora de contratos do Podemos em Diadema (SP), foi a primeira a prestar depoimento. Ela foi indicada pelo Partido Liberal (PL), que iniciou a ação, posteriormente unificada ao pedido do Partido dos Trabalhadores (PT).

Durante seu depoimento, Souza respondeu a perguntas sobre os contratos durante o período de pré-campanha presidencial no final de 2021, quando Moro filiou-se ao Podemos e foi apresentado como possível pré-candidato à Presidência da República. O advogado representante da Federação liderada pelo PT, Luiz Piccinin, afirmou que ela confirmou que os contratos foram estabelecidos em favor do pré-candidato Sérgio Moro, o que configuraria abuso de poder econômico.

Ao longo do processo, o Podemos apresentou documentos solicitados pelo TRE-PR, totalizando aproximadamente R$ 2 milhões em contratações de serviços para a campanha, incluindo despesas com locação de veículos, espaços para eventos, segurança privada e assessoria jurídica no período pré-eleitoral.

Para hoje, quinta-feira, 30, estavam programados novos depoimentos indicados pelo Partido dos Trabalhadores, mas a apresentação dos documentos levou a sigla a dispensar as testemunhas. Com o cancelamento dos depoimentos previstos para hoje, eles serão retomados amanhã, sexta-feira, 1º de dezembro, com as testemunhas de defesa do senador e dos suplentes investigados, incluindo o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR).

O depoimento de Moro, solicitado pelo PL, está agendado para o dia 7 de dezembro. Além das acusações de abuso de poder econômico, os partidos alegam uso indevido e excessivo de veículos e meios de comunicação social, além de indícios de corrupção eleitoral. A defesa do senador argumenta que as despesas para custeio de eventos de pré-campanha são juridicamente viáveis e que não houve abuso, destacando ainda que a ação eleitoral possui natureza política.

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