Estádio de clube tradicional de Curitiba é vendido


Uma notícia agitou o futebol de Curitiba nesta sexta-feira (15). Um dos clubes mais tradicionais da cidade, com quase 70 anos de história, confirmou a venda de seu estádio. A confirmação do negócio revoltou a comunidade da região, que decidiu realizar um protesto na manhã deste sábado (16), em frente ao campo. Construído em 1955, o estádio Octávio Silvio Nicco, casa do Imperial, um dos clubes amadores mais importantes de Curitiba, foi vendido nesta semana. 

O local, encravado no Mossunguê, é extremamente valorizado – e não é de hoje. Em 2016, em entrevista à Gazeta do Povo, o então presidente do clube, Carlos Jorge Choinski, disse que sequer recebia as propostas, por decisão da diretoria e por conta dos apelos da comunidade. Mas a crise econômica do país desde a pandemia de Covid-19 levou o Imperial a mudar de posição.

 “O clube vem ao logo dos últimos anos apresentando dificuldades para cumprir as finalidades previstas em seu estatuto. Entre elas, desenvolver a educação física em todas as suas modalidades e proporcionais condições estimular o desenvolvimento do esporte amador”, diz a nota enviada para a reportagem da Banda B na tarde desta sexta-feira. Avaliada em quase R$ 12 milhões de reais, a área pertencente ao Imperial foi negociada. Não houve confirmação dos valores nem quem seria o comprador – mas é muito difícil que o estádio não tenha sido vendido a uma incorporadora. 

A região do Mossunguê é hoje marcada pelos grandes edifícios residenciais, alguns deles os mais caros do Paraná, e entre os mais caros do Brasil. O estádio Octávio Silvio Nicco está em uma parte do bairro onde existem casas e condomínios fechados, sem grandes edificações. Segundo o Imperial, o clube não sairá imediatamente da área. 

“Cabe ressaltar que na venda, houve o acordo para permanência do clube na atual sede por dois anos, para haver tempo hábil da construção da nova estrutura”, diz a nota oficial. Esta estrutura seria no Caiuá, na Cidade Industrial de Curitiba, “um terreno com mais de 50 mil m² na cidade de Curitiba”, como diz o próprio texto. Também foi reforçado que o Imperial não vai acabar. 

“Virá muito mais forte, com uma nova estrutura e a possibilidade real de cumprir as suas finalidades previstas em seu estatuto”. Mas os moradores da região do Octávio Silvio Nicco não aceitam o negócio, e vão realizar um protesto na manhã deste sábado, em frente ao estádio. A preocupação da comunidade é o início de um período de forte especulação imobiliária na região, forçando a venda de mais áreas. Enquanto isso, o Imperial finaliza o projeto da nova sede para apresentar às autoridades de urbanismo e meio ambiente de Curitiba. Banda B
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