O bebê de cinco meses que perdeu os pais e o irmão em uma chacina no bairro Portão, em Curitiba, na noite de segunda-feira (7), passou por cirurgia e o estado de saúde é estável.
Ele foi atingido por um tiro de raspão no pé e atendido por um policial militar, que tentou acalma-lo. Em um primeiro momento, os policiais informaram que o menino havia saído ileso, por não ter marcas na roupa. Porém, após encaminhamento ao hospital, os médicos descobriram que ele estava ferido.
O bebê e mais seis pessoas foram atingidos pelos disparos que partiram de, ao menos, três pessoas em um Ford Ka. Os pais e mais duas crianças de 2 e 7 anos morreram. Segundo a Prefeitura de Curitiba, em nota enviada à Banda B, o bebê está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar do Portão, junto com a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, que foi acionada pela Polícia Militar, logo após a ocorrência.
O Conselho Tutelar está fazendo os encaminhamentos necessários junto à família materna do bebê. O Conselho Tutelar de Campo Largo acompanhou a ocorrência, pois a família é do município. Não há ainda informação de quem ficará com a criança.
A diretora de Políticas Públicas da Fundação de Ação Social (FAS), Claudia Estorilio, explicou à Banda
B que o acolhimento do bebê foi imediato após a chacina.
“Em casos emergenciais como este, o acolhimento é imediato.
Agora, todos os trâmites serão com o juiz de vara de infância. Quem define a guarda da criança agora é o poder judiciário. (…) É feito um estudo, uma avaliação. Se acharem pertinente, a guarda é entregue para alguém da família”, disse à Banda B.
A criança, em um primeiro momento, assim que receber alta, deve ficar em uma casa de acolhimento até o juiz decidir de quem é a guarda. Se nenhum familiar solicitar a guarda, em longo processo, a criança pode ir para adoção.
“Elas ficam nos acolhimentos institucionais. Temos inúmeros locais em Curitiba. Fica sob os cuidados e pelo poder judiciários”, comentou. O pai da criança Anderson Olímpio Bueno Miranda, 28 anos, e a mãe, Bruna Bispo Dias, 20 anos, morreram na hora com os disparos. O irmão Guilherme Bispo, de 2 anos, morreu no caminho do hospital.
Motivação
Em entrevista coletiva no início da tarde desta terça-feira (8), o delegado Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios (DHPP), afirmou que o caso é resultado de uma guerra entre traficantes que acontece em Curitiba e região metropolitana (RMC).
O casal que morreu morava na cidade de São José dos Pinhais (RMC).
Eles estavam vindo da cidade de Campo Largo (RMC) e pararam no bairro Portão, na capital, para concretizar o encontro. Segundo Nóbrega, as famílias que estavam no carro eram amigas e haviam se conhecido há pouco mais de um mês.
“O casal que morreu estava recebendo uma carona. Eles aguardavam a chegada de um conhecido no local da chacina. Então, o carro foi ‘encostado’ para aguardar. Foi quando emparelhou este Ford Ka”, afirmou à Banda B. Banda B