O relatório preliminar da FAB (Força Aérea Brasileira) aponta que o pack do motor esquerdo da aeronave da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP), estava inoperante, mas que não impossibilitava o voo. A queda do avião, que deixou 62 pessoas mortas, foi registrada em 9 de agosto. O ATR 72-500 fazia a rota entre Cascavel (oeste do Paraná) e Guarulhos (São Paulo) quando caiu em um condomínio de chácaras.
O avião decolou às 11h58 e no dia, segundo o centro de investigação, havia alerta de gelo severo na rota do avião da Passaredo e previsão de formação de gelo. Os pilotos e a aeronave tinham habilitação para voar em condições adversas.
As investigações detalham que às 13h18 a aeronave reportou que estava em ponto ideal de descida, porém, a torre de controle instruiu os pilotos a manter o nível de 17 mil pés. Dois minutos depois, uma curva foi autorizada e às 13h21 o controle do avião foi perdido.
Segundo o tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, investigador-encarregado do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em nenhum momento houve declaração de emergência.
O relatório preliminar aponta ainda que uma falha no sistema de-icing foi registrada no painel do avião. Durante a rota, o co-piloto relatou “bastante gelo” na aeronave.
Sobre a dinâmica da queda, o tenente-coronel aviador Fróes detalha que após autorização para pousar, foram registradas reversões de curva antes do avião da Voepass entrar em ‘parafuso chato’ (avião entra em rotação ao redor do eixo vertical) e completar cinco voltas até a colisão no solo.
Os próximos passos da investigação são determinados por exames de materiais e testes funcionais em itens recolhidos nos destroços. O relatório final do CENIPA pode sair em até um ano. Esse foi o maior acidente aéreo do Brasil desde 2007. Band News