Quatro meses. Esse é o tempo médio que um paciente aguarda para conseguir um doador de córnea no Paraná. Os longos 119 dias de espera representam o segundo menor tempo do país, atrás apenas do Ceará, com 63 dias. No Brasil, a média é de 194 dias, ou seja, são seis meses e meio aguardando pelo procedimento. A fila é formada por 28.937 brasileiros.
O número quase triplicou em uma década. Em 2014, eram 10.734 pacientes. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), uma das justificativas para o aumento foi a pandemia da Covid-19, que impactou os procedimentos eletivos. Em 2020, o número de pacientes na fila saltou para 16.337, um crescimento de 33% em relação a 2019 (12.212). O médico oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Robson Torres, explica que outro obstáculo era o receio do doador ter tido Covid-19 e a doença ser transmitida por meio da doação.
O transplante de córnea é a substituição parcial ou total do órgão doente por outro saudável. Em geral, a cirurgia é indicada para pacientes que apresentam doenças que alteram o formato ou a transparência da córnea.
O médico lembra ainda que o transplante é a única chance destes pacientes recuperarem a visão e a qualidade de vida. Para que o tempo na fila de espera seja menor é necessário que os brasileiros se conscientizem sobre a importância da doação de órgãos.
No Paraná, há 3,8 mil pessoas na fila de transplantes, sendo a maioria por transplante de rim (2.134), seguido de córneas (1.420), fígado (245) e coração (41). Band News