O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal, ordenou por mensagens, e de forma não oficial, a produção de relatórios, pela Justiça Eleitoral, para embasar decisões dele próprio, no inquérito das fake news, no STF, durante e após as eleições de 2022.
As informações foram reveladas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta terça-feira (13).
Segundo o jornal, diálogos, aos quais a Folha teve acesso, mostram como o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral, presidido à época por Moraes, foi usado como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo.
A Folha diz que as mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.
Segundo o jornal, “em alguns momentos das conversas, assessores relataram irritação de Moraes com a demora no atendimento à s suas ordens. “Vocês querem que eu faça o laudo?”, consta em uma das reproduções de falas do ministro. “Ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia”, comentou um dos assessores. “Ele tá bravo agora”, disse outro”.
A reportagem é assinada pelos jornalistas Fabio Serapião e Glenn Greenwald.
Procurado pela Folha, o gabinete de Moraes disse que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”. Band News