O Paraná registrou 559.732 casos de dengue de 30 julho de 2023 a 30 de julho de 2024. As mortes em decorrência da doença chegaram a 610. Isso é o que revela o último informe epidemiológico 2023/2024, divulgado nesta tarde pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Londrina (40.552), Cascavel (32.338), Maringá (23.232), Apucarana (18.619) e Ponta Grossa (17.440) foram os municípios com o maior número de casos confirmados de dengue no último ano. Dos 399 municípios do Paraná, apenas dois não tiveram confirmações da doença: Agudos do Sul e Tunas do Paraná, ambos da Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com a Sesa, Tunas chegou a ter um caso confirmado, mas que após inclusão nos boletins, foi descartado.
Em relação às mortes em decorrência da dengue no Paraná, Cascavel (57), Londrina (52), Toledo (44), Apucarana (27) e Francisco Beltrão (19) lideram a lista.
Por que os casos de dengue aumentaram no Paraná
A coordenadora da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, defende que os dados de 2023/2024 podem ser atribuídos, na maioria, às mudanças climáticas, influenciadas, principalmente, pelo El Niño. “As regiões que historicamente apresentavam baixa circulação viral passaram a apresentar um cenário de impacto”, revela.
“O aumento da pluviosidade e das temperaturas médias tem sido importantíssimos para a proliferação do Aedes, fazendo com que a densidade vetorial aumente, o que reflete na transmissão da dengue, sendo imprescindível a eliminação dos criadouros”.
Para controlar a situação no estado, a Sesa investiu R$ 100 milhões nos últimos seis meses e já busca aprimorar o combate à dengue no novo período epidemiológico — iniciado no último domingo (28).
“Já projetamos e programamos ações para o próximo período sazonal. Só nos últimos seis meses investimos R$ 100 milhões para apoiar gestores municipais nas ações de Vigilância em Saúde. Não faltam recursos. Mas pedimos a colaboração de toda a população com a eliminação de potenciais criadouros do vetor”, complementa Ivana Belmonte.
Paraná registra recorde de dengue
O acompanhamento das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos, começou a ser feito em 1991. Há 33 anos, os primeiros dados apresentaram 16 casos importados confirmados em 12 meses. Só em 1993 foram registrados os primeiros casos autóctones (contraídos no território paranaense), três, de acordo com a Sesa.
O ano epidemiológico 2019/2020 era o que detinha o maior número de casos confirmados de dengue, 227 mil e 177 mortes.
*Com assessoria.