Páscoa: matéria-prima mais cara deixa chocolate mais caro


 A crise do cacau na África Ocidental é um dos fatores responsáveis por deixar a Páscoa mais cara em 2024. Em dois anos, a inflação dos grãos supera a marca de 150%. Com a commodity nas alturas, o custo de produção cresce. Por consequência, o produto final também fica mais caro. Neste ano, os ovos de chocolate são encontrados, em média, com preços 15% maiores do que na Páscoa anterior.


Embora o preço do cacau tenha subido muito nos últimos anos, a mercadoria é uma das poucas que ainda era vendida abaixo dos picos estabelecidos no final da década de 70. Isso tornou o plantio menos atrativo, causando um problema na oferta e na demanda da principal matéria-prima do chocolate.


No mês passado, pela primeira vez em 50 anos, a tonelada do cacau rompeu a barreira de 5 mil dólares na Bolsa de Valores de Nova Iorque. As previsões indicam que a commodity deve alcançar em pouco tempo a marca de 10 mil dólares.


O maior produtor de cacau do mundo é a Costa do Marfim. Depois, aparecem Gana, Camarões e Nigéria. Juntas, as quatro nações são responsáveis por 75% da produção mundial. As últimas plantações relevantes de cacaueiros são do início dos anos 2000, e as árvores mais velhas apresentam problemas produção mais baixa e vulnerabilidade às condições climáticas. Além disso, os mercados africanos sofrem com o controle dos governos locais, que estabelecem preços oficiais e interferem no valor de mercado.


A crise global tem reflexo local e uma das consequências pode ser observada nas gôndolas dos mercados. O preço dos ovos de Páscoa deve crescer aproximadamente 15% em 2024. A projeção foi apresentada nesta quinta-feira (29) pela Associação Brasileira de Supermercados. O vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan, separa os ovos de Páscoa em dois grandes grupos:


O preço mais caro, no entanto, não deve afastar os consumidores. Pelo contrário: a entidade espera um aumento de pelo menos 13% no volume de vendas. Nos próximos anos, é esperado um maior equilíbrio entre a oferta e a demanda do cacau. Com a crise nas produções da África Ocidental, aumenta a relevância do sudeste asiático, sobretudo na Indonésia. Outro mercado em expansão é o latino americano, com plantações  importantes em países como Equador, Peru e Brasil. Band News

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