Assembleia debate racismo nas escolas paranaenses


A Assembleia Legislativa do Paraná realiza uma audiência pública nesta segunda-feira (20), em Curitiba, para debater o racismo nas escolas do Estado. A iniciativa acontece no Dia da Consciência Negra, celebrado hoje. O encontro acontece a partir das 18h, no Plenarinho da Casa. 

Conforme o Legislativo, o combate ao racismo no ambiente escolar se faz urgente porque o tema está no topo da lista de locais em que os brasileiros mais afirmam ter sofrido violência racial. De acordo com dados da pesquisa Percepções Sobre o Racismo, do Instituto de Referência Negra Peregum, divulgada em agosto desse ano, a cada 10 pessoas que relatam ter sofrido racismo no Brasil, 3,8 foram vítimas da violência em escolas, faculdades ou universidades. 

 O deputado Renato Freitas (PT), presidente da Comissão de Igualdade Racial na Alep, defende um modelo de ensino seguro, acolhedor e que incentive à socialização, sempre com respeito à vida dos outros seres humanos. Apesar disso, o parlamentar aponta que a escola acaba sendo um espaço que propicia episódios de todas as formas de violência, o que é inadmissível.

 “Quando eu era criança, a escola nunca me entendeu e eu nunca entendi a escola. O colégio não percebia que os problemas que eu enfrentava vinham de fora do ambiente escolar como a pobreza, a falta de estrutura e o racismo. 

Eles falavam do meu cabelo, da minha roupa, me chamavam de beiçudo e eu fica ali e observava também que o mesmo acontecia com os outros pretos da escola e percebi que eles estavam como eu, invisíveis no fundo da sala torcendo para não serem vistos. 

E na escola, quando você também não quer ser visto, você também não fala, não responde, não faz trabalho, não tira notas boas, não tem ânimo. Não tem vida naquele espaço porque viver é existir, é ser visto, é ser ouvido. Quem não é visto e nem ouvido, existe menos”, afirma Renato Freitas. Paraná Portal
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