O sufoco continua! Usuários aguardam 5 horas no ferry-boat de Guaratuba em plena quarta-feira

 


Os usuários do ferry-boat em Guaratuba, no litoral do Paraná, voltaram a registrar lentidão superior a cinco horas para embarcar nesta quarta-feira (6). Vídeos e relatos se espalharam pelas redes sociais, assim como os pedidos de uma solução para o problema, que se arrasta apesar da troca da empresa responsável pelo serviço.


O comerciante Márcio Lombardi fez um desabafo. Ele desceu do carro e gravou um vídeo onde é possível notar parte do tamanho da fila (veja abaixo).

 

“Eu gostaria que tivesse alguma pessoa honesta e tivesse condolência com nós moradores aqui de Guaratuba, não só nós, mas outras pessoas que vêm pra cá trabalhar. Nós não aguentamos mais. Hoje estamos cinco horas na fila. Sai de Curitiba às 16h e 18h estava na fila. E aqui estou até agora, há cinco horas. Estou aqui pedindo, implorando. Eu tenho problema de coluna, fiz cirurgia de catarata e estou aqui”, detalhou.


A advogada Suelana Moro fez questão de anotar o tempo de espera: 5h24. Ela mora em Guaratuba e faz mestrado em Paranaguá. Nesta quarta-feira (6) estava no carro com o marido e um amigo. O esposo teve que fazer a travessia a pé, na volta de Paranaguá, para que os filhos não ficassem sozinhos em casa.

 

“A gente chegou na fila 18h, quando chegou 19h a gente não tinha andado nada com o veículo, meu marido atravessou a pé porque meu filho estava em casa com a babá e minha filha estava chegando, ou seja, a babá precisava ir embora e alguém precisava ficar com as crianças”, contou.


Segundo a advogada, o serviço continua precário apesar da troca de empresa responsável pela travessia. A substituição foi feita no último dia 09 de março. O contrato com a empresa anterior foi encerrado pelo não cumprimento de cláusulas previstas para o atendimento da população.

 

“Está cobrando o serviço, não está deixando disponível balsas e ferry boat para que as pessoas possam ter essa livre locomoção, não arruma o atracadouro, que é obrigação do estado. E a população fica assim, à mercê desta empresa que não presta o serviço, mas cobra e a gente fica lá cinco horas na fila”, disse.


O que diz a Internacional Marítima

Procurada pela Banda B, a Internacional Marítima preferiu encaminhar uma nota. O texto informa que nesta quarta-feira (7) “o fluxo das balsas na travessia Guaratuba-Caiobá sofreu alteração, para atividades de manutenção, no sentido de garantir a segurança, comodidade e eficiência dirigida aos usuários.”


A nota finalizar afirmando que a empresa reitera “seu compromisso de trabalhar de modo a garantir um atendimento cada vez melhor aos seus clientes.”


Histórico

A operação das balsas vem apresentando graves problemas e há tempos o sistema de transporte é alvo de insatisfação e preocupação no litoral.


No dia 9 de março, completou um mês que a Internacional Marítima começou a gerir as balsas. A empresa está no mercado há mais de 30 anos e também é responsável pela travessia de Salvador a Ilha de Itaparica, na Bahia.


O contrato com a empresa anterior foi encerrado pelo não cumprimento de algumas cláusulas previstas para o atendimento da população, segundo o Governo do Paraná. Até o fim da primeira quinzena de fevereiro deste ano, o Paraná havia aplicado 141 autos de infração à antiga empresa.


A condição da travessia dos veículos vinha sendo alvo de questionamentos e ajustes por parte do Estado desde o início do contrato. Neste ano, no entanto, a operação começou a apresentar problemas mais graves, como o afundamento de um atracadouro, o que motivou inclusive uma ação judicial por parte do Estado.


A troca emergencial, mesmo durante a temporada de verão, teve o aval da Controladoria-Geral do Estado (CGE).


Ponte

No último dia 29 de março, o governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou que um acordo com o Ministério Público será assinado para dar sequência ao processo de licitação da ponte sobre a baía de Guaratuba. 


Nas tratativas ficou estabelecido, segundo o governador, que a circulação de caminhões com capacidade para o transporte de cargas pesadas será proibida. A próxima etapa é a finalização do estudo de impacto ambiental, que, entre as cinco alternativas de traçado, vai validar ou propor alterações para as mais viáveis.

Banda B

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