O agente da Guarda Municipal Alessandro Neves Toso, acusado de matar o jovem Mateus Noga, de 22 anos, a tiros no Largo da Ordem, em setembro do ano passado, foi exonerado pela Prefeitura de Curitiba.
A demissão do servidor foi publicada nesta quarta-feira (6), no Diário Oficial, cinco meses depois de a administração municipal abrir processo para exonerá-lo. A Polícia Civil ainda investiga o caso, e Alessandro, que responde em liberdade, pode ser indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
“A gente percebe claramente que ele não atirou para matar. Ele não mirou em alguém para matar, mas pode ser que tenha assumido um risco de que aquele resultado poderia acontecer, e então ele responderá por dolo eventual, que é o homicídio doloso”, disse a delegada responsável pelo caso, Daniela Corrêa Andrade, em setembro do ano passado.
Familiares de Mateus Noga prestaram depoimento à Polícia Civil dias depois da morte do jovem. De acordo com um tio de Noga, que estava no Largo da Ordem durante a confusão, ele foi baleado pelas costas.
“O corpo do meu sobrinho tem nove perfurações de bala, com uma arma extremamente letal. Três, das nove, atravessaram o corpo. Matheus lutou contra a vida, não queria morrer. Mas, calibre 12, do jeito que foi feito, é incompatível. Não tem como uma pessoa resistir à violência tão grande e sem nenhuma necessidade”, disse o tio, Nivaldo Noga, à Banda B, em setembro do ano passado.
Naquele dia, uma mulher, de 31 anos, e um adolescente, de 14, ficaram feridos e precisaram ser encaminhados a um hospital. À época, a GM afirmou que foi acionada para conter uma confusão próximo ao Cavalo Babão.
Câmeras de monitoramento flagraram o momento em que um agente da Guarda Municipal atirou contra um grupo de pessoas durante a confusão. As imagens mostram uma viatura da corporação estacionada ao lado da Igreja do Rosário dos Pretos e pessoas dispersando na multidão.
” Após a conclusão de todos os procedimentos administrativos inerentes ao caso, o servidor Alessandro Neves Toso foi demitido de seu cargo na Guarda Municipal, no qual encontrava-se em período de estágio probatório. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município em 06 de abril.
Tais procedimentos deram amplo espaço de defesa para o envolvido. O município concluiu que o então servidor infringiu o disposto no artigo 207, inciso XIII, da Lei Municipal n.º 1.656, no que tange a “dignificar a função pública”. Todos os desdobramentos do caso correm agora em esferas que extrapolam os limites de atuação da administração municipal”, diz.
Outro lado
A Banda B busca contato com a defesa de Alessandro Toso. O espaço segue aberto para as manifestações. Banda B