Com apenas 17 anos, o atacante Vitor Roque tornou-se nesta semana o jogador mais caro da história do Athletico. O Furacão depositou o valor da multa rescisória do jogador, então no Cruzeiro, prevista para o mercado nacional (R$ 24 milhões), mas a Raposa teceu vários ataques na noite desta terça-feira (12).
Em uma nota oficial, o clube mineiro alegou que pretendia renovar o vínculo do jogador, com um aumento salarial, mas que acabou frustrado pelos agentes de Roque. A direção da Raposa ataca nominalmente o empresário André Cury e o CEO do Athletico, Alexandre Mattos, por supostas atitudes antiéticas no caso.
“Não nos assusta o fato de tal processo ter sido articulado por André Cury e Alexandre Mattos, ex-diretor de futebol do Cruzeiro (…) É notório que ele faz uso das informações contratuais que carregou do Cruzeiro em benefício de seu novo empregador. Atitudes repugnantes como a deste grupo vão absolutamente na contramão do profissionalismo que torcida e amantes do futebol esperam, ainda mais em um momento de fortalecimento da indústria do futebol com a ideia de criação de uma Liga Brasileira”, diz trecho da nota do Cruzeiro.
Athletico rebate
Não tardou para o Furacão se pronunciar sobre o assunto. Em entrevista à Rádio 98 FM, de Belo Horizonte, Mattos afirmou que o Cruzeiro tinha ciência de que, além do Athletico, outros dois clubes brasileiros estavam dispostos a pagar a multa por Roque (se para o mercado brasileiro a multa era considerada baixa, ela era de 300 milhões de euros para o exterior).
“Fui no (presidente Mário Celso) Petraglia e disse que a multa era de R$ 24 milhões. Na mesma hora, o Petraglia me falou para ligar para o Ronaldo. Na mesma hora, eu liguei para o senhor Paulo André e o Ronaldo. Ronaldo ligou para o Petraglia. Na mesma ligação. Petraglia não quis pagar mais que a multa. E ali ficou um silêncio. Por volta das 22h, o empresário comunicou que o jogador faria a rescisão. O que teve foi um negócio. Business. Cruzeiro me ofereceu o jogador por R$ 40 milhões mais dois jogadores. Foi aí que ficamos sabendo da multa. Então, não teve sacanagem, não teve maldade, não teve ninguém pedindo para não renovar. Não venham justificar erro. Amadorismo”, rebateu o CEO rubro-negro.
Mattos ainda classificou a atitude do Cruzeiro como uma “covardia”, até porque aconteceu no mesmo dia em que o zagueiro Zé Ivaldo e o atacante Jajá, emprestados pelo Rubro-Negro paranaense, foram confirmados na Toca da Raposa para a disputa da Série B do Brasileirão.
“Depois disso tudo aí, eu emprestei o Jajá, que queria ir para o Bahia, e liberei o Zé Ivaldo. E depois da liberação, eles soltaram a nota. Estamos vendo a atitude até estranha de hombridade e uma atividade covarde”, completou Mattos.
“R$ 24 milhões não é dinheiro de banana”
Para outra rádio mineira, a Itatiaia, Petraglia deu o seu lado dos fatos, confirmando a versão prestada por Mattos no caso. De acordo com ele, o Internacional era um dos clubes que pretendia pagar a multa para ter Vitor Roque e que houve uma conversa direta com Ronaldo, gestor do clube mineiro, mas não houve acordo.
“Me vejo obrigado a falar. Primeiro, envolvendo pessoas que não devem. Segundo, dizendo que o Athletico depositou valores aquém da realidade. Parece que o Cruzeiro, a herança do que o Ronaldo assumiu, tem várias pendências (…) tivemos acesso ao valor da multa por meio dos representantes do jogador e entendemos que depositamos o valor integral. O Athletico entende que procedeu dentro da lei e da ordem, porque se não o fizesse outro clube o faria”, disse.
O mandatário rubro-negro ainda disse que Ronaldo solicitou R$ 17 milhões apenas pelos 45% que o Cruzeiro possuía do atacante de 17 anos, o que não foi aceito pelo Furacão, pois haveria a necessidade de uma proporcionalidade nos pagamentos para as demais partes (América-MG e o próprio atleta).
“Não fugimos do que manda a lei (…) Se houve uma má avaliação do jogador, estabelecer uma multa que parece baixa, R$ 24 milhões não é dinheiro de banana”, finalizou.
Dentro de campo, Roque já treina em Curitiba com o elenco do Athletico e já inicia a busca pelo seu espaço em um plantel recheado de atacantes no CT do Caju.
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