Horas depois de a Petrobras anunciar um mega-reajuste nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, nesta quinta-feira (10), um posto de combustíveis localizado no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba, foi flagrado aplicando reajustes no valor da gasolina antes do período previsto pela estatal.
Ao anunciar o aumento no preço da gasolina pela 13.ª vez desde janeiro de 2021, a Petrobras informou que o reajuste, pressionado pelo avanço das cotações do petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, entram em vigor a partir desta sexta-feira (11).
A gasolina sofreu um reajuste de 18,8% para as distribuidoras e o preço médio passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. No caso do diesel, o aumento é maior: 24,9%. O valor sobe quase R$ 1 por litro e o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51.
Ao menos 40 clientes que permaneceram durante horas em uma fila para conseguirem abastecer seus carros no Posto Pelikano denunciaram o caso à Polícia Militar (PM). Dois consumidores ouvidos pela Banda B afirmaram que o preço da gasolina aplicado na bomba era diferente do que estava no letreiro.
João Carlos disse, em entrevista, que permaneceu na fila durante cerca de 40 minutos e o preço do litro da gasolina foi alterado no momento em que ele se preparava para abastecer.
“Quando chegou minha vez para abastecer, olhei para a bomba e o preço da gasolina estava R$ 6,41 o litro. O frentista não quis abastecer e perguntei o motivo.
Ele disse que estavam trocando de [operador de] caixa e que já me atenderiam. Quando trocou e ele foi abastecer meu carro, o preço aumentou mais de 0,50 centavos e foi para R$ 6,96 o litro”, explicou o cliente.
João Carlos relatou, ainda, que o carro dele foi abastecido, mas ele reivindicou o valor de R$ 6,41 pelo litro do produto. No entanto, segundo ele, o frentista se recusou a receber o pagamento.
“Eu me recusei porque não ia pagar R$ 15 a mais se eu estava parado na bomba. Eles disseram que eu deveria pagar porque não estavam fazendo nada de errado. Então, acionei a polícia”, concluiu.
Emanuelli, que diz ter ficado mais de três horas na fila do posto para ser atendida, afirmou que os funcionário do local “aumentaram o valor na frente dos clientes”. De acordo com ela, também se recusaram a receber o valor cobrado na bomba.
“Quando cheguei aqui, estava um preço. Na hora de cobrar, estavam cobrando outro preço. Eles aumentaram na frente dos clientes. Quando tentamos pagar o valor que estava antes, eles não aceitaram”, explicou ela.
Segundo a cliente, a PM orientou os consumidores a pagarem o valor que estava na bomba.
O sargento Scariotte, da Polícia Militar, disse à reportagem da Banda B que os clientes e posto de combustíveis entraram em um “desacordo comercial”
“A orientação do Procon é o seguinte: se o posto se recusar a receber o valor de R$ 6,41 que estava aplicado na bomba até a tarde de hoje, eles [clientes] não são obrigado a pagar esse valor e vão discutir judicialmente”, afirmou.
A reportagem da Banda B procurou responsáveis pelo estabelecimento para entender o motivo do reajuste antecipado, mas ninguém quis falar sobre o caso. O espaço segue aberto para quaisquer manifestações.
Procon vai notificar
Em um comunicado divulgado na tarde desta quinta (10), o Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR) disse que vai notificar os postos e distribuidoras de combustíveis que já aumentaram o preço do diesel e da gasolina antes que o ajuste chegasse às bombas.
“Estamos orientando os consumidores a usarem os canais oficiais para denunciar o preço abusivo nos combustíveis e também a pesquisarem no aplicativo Menor Preço, do Nota Paraná, quais postos estão com os valores mais baratos.
Caso for constatado que houve abuso nos preços, as empresas estão sujeitas a multas que variam de R$ 700 a R$ 11 milhões”, disse a chefe do Procon-PR, Claudia Silvano.
As denúncias podem ser feitas pelo portal www.consumidor.gov.br ou diretamente aos Procons municipais. O aplicativo Menor Preço pode ser baixado gratuitamente no Google Play ou na App Store.
Banda B