A casa caiu para dois primos moradores de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Eles foram presos suspeitos de comandar uma verdadeira fábrica de balões na cidade. Além de serem presos, os primos poderão ter que pagar R$ 15 mil em multas.
A ação foi realizada pela equipe da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) da Polícia Ambiental de São José dos Pinhais.
Tudo partiu de uma denúncia feita ao disk denúncia 181, conforme explica o 1⁰ Tenente André Felipe Kovalczykowski, comandante do batalhão.
“Após conseguirmos o mandado de busca e apreensão pelo Ministério Público partimos para dois endereços na Estrada ecológica de Pinhais para cumprir os mandados contra os primos que trabalhavam em conjunto na fabricação de balões”, explicou o 1º tenente à Tribuna.
Quando os policiais ambientais da Rotam chegaram à primeira residência encontraram uma quantidade significativa de materiais correspondentes à fabricação de balões.
“Foram 200 rolos de seda, bastante material de fogos de artifício, cerca de 20 quilos de parafina, um material utilizado como combustível para que esses balões subam podendo causar, inclusive, incêndios florestais ou até mesmo em área urbana”, explicou Kovalczykowski.
Já na segunda residência os policiais encontraram mais material para balão, bandeiras utilizadas nestas aeronaves e, inclusive, um balão pronto. “Ainda nesta residência encontramos duas armas, uma espingarda calibre 22 e uma garrucha também calibre 22”, completou o comandante.
Os dois primos receberam voz de prisão, cada um em sua residência, e foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil de Pinhais para providências da autoridade judiciária e confecção dos autos de infração. Juntos, eles podem ter que pagar R$ 15 mil em multas.
Um deles, que estava com as armas, ficou preso e ao outro foi possível o pagamento de fiança. Todo material foi apreendido e encaminhado junto com os presos. Recentemente um balão cruzou o céu de Curitiba e levou medo a moradores do Centro.
Segundo o artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano, pode levar a pessoa a ser condenada à pena de detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas, cumulativamente.
Os balões são perigosos, pois além do risco de incêndios, são instaladas cangalhas de fogos de artifício em sua base, que podem estourar perto das pessoas ou das casas.
Quando o balão sobe, ele entra em correntes de ar e é levado para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar, podendo atingir residências, florestas, empresas ou veículos.
Em casos de emergências o Corpo de Bombeiros do Paraná orienta que entrem em contato pelo telefone 193 e também informe a Policia Militar no telefone 190.
Balões x falta de energia
Em 2020, a Copel registrou cinco casos envolvendo balões em suas linhas de transmissão, todos na Região Metropolitana de Curitiba.
Já nas redes de distribuição que levam a energia até os consumidores finais as ocorrências são muito mais comuns do que se imagina: foram 1.908 casos registrados com balões na área de concessão da Copel naquele ano. Tribuna