O número de casos ativos da Covid-19 em Curitiba quase dobrou em uma semana, conforme levantamento com base em dados divulgados pela prefeitura.
Na quinta-feira (30), a capital registrava 1.366 casos ativos da doença, ante 719 no dia 23 de dezembro - aumento de 71%.
Nos últimos quatro dias, foram mais de uma centena de novos casos divulgados diariamente no boletim da prefeitura, o que não ocorria desde o início de outubro.
Veja abaixo:
27 de dezembro: 106 novos casos
28 de dezembro: 161 novos casos
29 de dezembro: 164 novos casos
30 de dezembro: 184 novos casos
Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Emanuel Maltempi, que integra o comitê de enfrentamento da doença na instituição, a combinação de mais encontros sociais com o surgimento da variante Ômicron tem levado ao aumento de casos.
"Não há dúvidas de que em dezembro o distanciamento social foi bastante relaxado, como era de se esperar, dadas as de fim de ano. Mas eu acho que é exagerado. Aglomerações grandes deveriam estar proibidas, justamente porque não temos a doença absolutamente sobre controle", afirma.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Curitiba também atribuiu o aumento às confraternizações e ao relaxamento das medidas de proteção. A nova variante, embora não oficialmente identificada no Paraná, também pode estar contribuindo, informou a secretaria.
Outro indicador que chama a atenção é a porcentagem de testes para a Covid com resultado positivo. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), há pouco mais de três meses, de cada 100 testes feitos, 36 confirmavam o vírus.
O número estava em queda, chegando a ser de apenas seis na segunda semana deste mês, mas voltou a subir. Agora, de cada 100 pessoas que fazem o teste, 16 têm o vírus confirmado.
O professor da UFPR explica que com a vacinação os casos da doença não são tão graves.
A capital vacinou 81% da população adulta com pelo menos uma dose e 75,4% estão completamente imunizados. Curitiba está há dois dias sem registrar mortes pela doença.
Porém, o especialista teme que a curva de aumento de casos continue em crescimento no início de 2022.
"Todo mundo é suscetível. Quando a gente pensa em cobertura vacinal, precisamos pensar na população toda. Precisamos aumentar a cobertura da vacinação como um todo", afirma.
Para isso, ele alerta para a importância de vacinar mais adolescentes de 12 a 14 anos e também as crianças o mais breve possível. G1