Guarda que fez disparos que mataram jovem no Largo da Ordem pede perdão à família e diz não saber o que aconteceu: 'Não tive intenção'


O guarda municipal que efetuou os disparos durante uma confusão no Largo da Ordem, em Curitiba, que terminou com a morte de um jovem, além de outras duas pessoas feridas, pediu desculpas à família da vítima e afirmou não saber o que aconteceu. A declaração foi dada durante uma entrevista com exclusividade à RPC neste sábado (29). Matheus Silva Noga, de 22 anos, foi baleado por um dos tiros e morreu. 

Uma adolescente, de 14 anos, e uma mulher, de 31 anos, ficaram feridas na situação. "Naquele momento, para cessar aquela agressão, foi necessário fazer dois disparos [...]. Peço que me perdoem pelo que aconteceu, mas não foi, não tive intenção nenhuma de lesionar, de agredir. Então, o que eu tenho para falar para os familiares, desculpas e..", falou. Segundo as investigações, foram dois disparos, um deles de munição não-letal e outro com munição letal. 

 Alessandro Toso afirmou não saber como atirou com munição letal. "Até hoje eu não sei como que eu fiz um disparo de munição letal porque, até aquele momento, eu não imaginava que tinha uma munição letal no meu armamento.

 Quando fui para a viatura fazer a troca de munição, eu tirei todas, todas as munições letais que estavam e abasteci meu armamento com munição menos letal para fazer a operação que era necessária”, afirmou. A troca de munição não foi registrada por câmeras de segurança que registraram a confusão e mostram o momento em que o agente da Guarda Municipal atira. 

 “É isso que me corrói. Eu não sei, eu não sei em que momento do meu patrulhamento aconteceu essa troca de munição, eu não sei precisar. [...] Naquele caso foi necessário e eu fiz de acordo com todos os procedimentos. A gente começou a ser hostilizado, xingamentos e tal, vários. E houve arremesso de garras, começou a quebrar as garrafas bem na frente da equipe”, falou. 

 O caso aconteceu em setembro de 2021, e é investigado pela Polícia Civil e por um processo aberto pela Corregedoria da Guarda Municipal. 

 O guarda foi afastado das funções de rua da corporação, e a arma que ele usava na ocorrência foi recolhida. As câmeras de monitoramento registraram a movimentação na madrugada do dia 11 de setembro do ano passado. 

Nas imagens, é possível ver que os equipamentos fazem movimentos constantes para gravar vários ângulos diferentes. Em um dos trechos, é possível visualizar que um carro da Guarda Municipal chega e estaciona ao lado da Igreja do Rosário.

 Em seguida, a multidão começa a se dispersar. Quando a maior parte das pessoas já havia saído do entorno do "cavalo babão", o guarda municipal Alessandro Toso que estava próximo do carro da corporação atira. Segundo as investigações, foram dois disparos, um deles de munição não-letal e outro com munição letal. G1
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