Moradores do Boqueirão estão na bronca: “a prefeitura está esperando um desastre para arrumar a rua”


“A rua virou pista de corrida e a prefeitura está esperando um desastre para arrumar isso aqui. Estamos cansados e pelo jeito só fazendo buracos para que respeitem a velocidade”, são algumas das frases ditas por moradores da Rua Doutor Danilo Gomes, no bairro Boqueirão, em Curitiba. 

Acidentes, brigas, xingamentos, invasão de pista e medo faz parte da rotina de uma rua que na teoria é segura. Para quem não está acostumado em passar pela via, dá a entender que ali não tem um problema sério.

 É sinalizada no chão, tem placas de trânsito informando a velocidade máxima (40 km/h), tem asfalto e com uma parte de calçada que pode ser utilizada ao pedestre. No entanto, em alguns pontos da rua que não deve ultrapassa um quilometro são preocupantes, pois o trecho tem subidas e descidas.

 Com o declive, o motorista acelera automaticamente e acaba virando motivo de preocupação pelo tamanho da rua. Um bom exemplo é a linha Nivaldo Braga. 

Para trafegar na Danilo Gomes, o ônibus é obrigado a utilizar duas faixas de trânsito, e se alguém atravessar a rua ou mesmo estiver subindo a pé em direção ao bairro, o perigo vai estar ao lado. Marcio Leonel, 53 anos, técnico de qualidade, reside na região há 26 anos. 

Segundo ele, curiosamente os motoristas abusam da velocidade pelo bom estado da rua e que gera acidentes constantemente. “Essa rua passou por várias reformas e hoje virou uma pista de corrida. Pedimos para fazer a fiscalização por excesso de velocidade e uma lombada para segurar a turma. A placa de 40 km/h não adianta nada. 

Temos duas escolas próximas e já tivemos atropelamentos com crianças. Acidentes com carro e moto acaba sendo frequente. O asfalto é bom e os motoristas procuram essa rua e aí existe o abuso”, comentou Márcio. 

 Promessas que não foram cumpridas Os moradores não aguentam promessas de políticos que falam em dar segurança. “O senhor é político? Não aguentamos mais essa turma que chega aqui em época de eleição e promete dar jeito na rua. Aqui é um perigo ”, questionou uma moradora idosa a reportagem da Tribuna do Paraná. A sensação de desconfiança é normal, pois a comunidade se diz cansada de pedir para a prefeitura e vereadores uma forma de redução de velocidade. 

Antônio Laerte, 59 anos, relata que se comenta entre os moradores que a melhor forma é agir por conta própria, nem que seja para piorar a rua. “Já procuramos vereadores e não trabalharam pela gente. É terrível, a rua é violenta. 

Xingam a gente todo dia, e sugiro uma lombada ou mesmo a alteração no sentido da rua. A prefeitura alega que não pode fazer uma lombada, mas façam algo. Já tem gente querendo pegar uma picareta e abrir buraco na rua para que diminuam a velocidade.

 Não queremos nada diferente, pagamos os impostos para ter resultados”, desabafou o empresário. Vários requerimentos pedindo uma lombada, radar ou mesmo um redutor de velocidade foram enviados para a prefeitura. 

A resposta é que a rua não comportaria uma lombada física pelo espaço físico. “Isso é desculpa, pois existem várias formas para reduzir a velocidade dos veículos. Nós temos medo de atravessar para o outro lado”, completou Denise Gimenez. E aí prefeitura?

 Em nota, a prefeitura informou que a Superintendência de Trânsito (Setran) mantém um acompanhamento contínuo sobre a necessidade de novas intervenções para melhorar a segurança viária na cidade. 

“ Equipe técnica do órgão está acompanhando histórico de acidentes na via para definir possíveis melhorias para a rua que está devidamente sinalizada e cujo limite de velocidade precisa ser respeitado pelos motoristas para evitar acidentes.

 Os pedidos de lombadas são analisados com base em critérios técnicos estabelecidos em legislação pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O monitoramento da via faz parte do estudo”, relata a nota. Tribuna
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